segunda-feira, 2 de novembro de 2015

vou levando.













se a gente não leva nada, ora, pois então que leve!
de tudo que quero levar, que seja a vida mais leve.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

sou colcha de retalhos, mosaico de amor.



chorei ao ver vocês partirem. mas não é um choro de tristeza. se bem que tem um certo tom que dói, uma melancolia disfarçada. chorei mesmo de saudade. chorei pelos momentos vividos, sempre tão raros, contados no calendário. chorei por querer perto, por querer aqui comigo.
chorei porque, por vezes, é muito difícil não ter a tua serenidade, me dando conselhos e me fazendo mais leve todos os dias. chorei porque sinto falta do cuidado dela, do carinho, da dedicação com que ela me acolhe.
chorei porque fiz uma escolha, e não me arrependo dela nem por um minuto, mas isso não torna as despedidas mais tragáveis. cada partida leva um pedacinho meu. cada chegada deixa um pedacinho de vocês aqui comigo. e eu sigo nessa colcha de retalhos, costurando quem fica e quem vai, e fazendo de mim um mosaico. mosaico de amor.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

inception

Nesse final de semana, revi um filme que, desde a primeira vez, me instigou muito: Inception, ou A Origem, do genial Christopher Nolan.
Com um roteiro cuidadosamente bem escrito e produção impecável, o longa conta a história de um ladrão especializado em roubar informações do inconsciente das pessoas através dos sonhos.
Só por isso, já vale a pena ser visto, além do elenco de peso, que inclui Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt (o eterno queridinho de 500 dias com ela e 10 coisas que eu odeio em você), além de outros nomes como Marion Cotillard, Michael Caine e Tom Hardy. Mas esse não é o tema central desse post.
De um jeito muito lúdico, o filme nos conduz a uma série de realidades projetadas pelo inconsciente, que tentam justificar ou encontrar respostas para nossas ações na vida real. Mas o ápice da confusão se dá quando, ao adentrar muitos níveis da subconsciência, o personagem (e com ele, o espectador), imerso em tanta referência familiar, por alguns instantes, não consegue distinguir qual a verdadeira realidade. O que ele vive é mesmo real? A vida que ele leva é de fato a realidade? Ou o que é real sob o olhar dos outros?
E é sobre isso que quero falar, e sobre a nossa relação com a vida real e a vida virtual. A vida que vivemos e a vida que contamos que vivemos nas redes sociais. E quantas vezes já nos confundimos com o que é mesmo real? A pessoa sentada em silêncio na mesa almoçando ao seu lado, esperando a oportunidade para falar quando você deixar de mexer no celular? Ou aquele amigo respondendo o whatsapp em outro canto do mundo? O checkin no parque, a foto da paisagem; ou o cheiro da grama, o canto dos pássaros - o que é mais real? Qual a vida que estamos vivendo? Estamos, de fato, vivendo?

Em muitos casos, a experiência passa a ser vivida pela tela do celular. Seja um show, um encontro com amigos, ou aquele lugar incrível. Perdemos segundos preciosos da mais pura vida real para registrar tudo em uma segunda realidade. Pode parecer meio exagero, mas já se tornou tão normal para todos nós, que nem percebemos mais. A tecnologia possibilitou uma infinidade de novas maneiras de estarmos conectados a qualquer momento e, ao mesmo tempo, desconectados com o presente. E a vida virtual virou uma extensão da vida real. Ou seria uma substituição?
A discussão é velha, mas enquanto houver espaço para a reflexão, há também espaço para a mudança e a evolução.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

pra que lado?




franja. durante muito tempo quis ter uma. a última vez em que tinha usado franja eu ainda estava na minha primeira década de vida. ou seja, faz um tempinho bom.
então que, depois de muito querer, tomei coragem e encontrei um cabeleireiro que topou. ou melhor, uma cabeleireira. sim, porque os dois primeiros que fui não quiseram cortar, alegando que a tal franja dava trabalho, que meu tipo de cabelo, que melhor não cortar tão curto, que ia me arrepender, bláblá. somente a sensibilidade de uma outra mulher pode entender que, quando resolvemos mudar o cabelo, não há quem nos segure. cortei.
passei uma semana brigando com a franja. eu arrumava, ela desarrumava. eu alisava, ela encrespava. alguma coisa na forma como eu penteava não dava certo. voltei no salão e falei pra cabeleireira, categórica: corta mais! e ela cortou de novo.
e nos primeiros dias e semanas eu mantinha uma relação de amor e ódio com essa pequena, mas tão importante parte dos meus cabelos. já reparou como a franja pode mudar todo nosso rosto? ela emoldura nosso sorriso e, se não estivermos satisfeita com ela, não haverá sorriso. 
ouvia das pessoas: nossa, como você rejuvenesceu! a franja te caiu tão bem! e, assim, os impactos iniciais foram me deixando ainda mais confiante de que tinha feito uma boa escolha.
mas a tal da franja, ela não desiste. passado um pouco o tempo, ela foi tomando vida própria e, uma coisa que a gente aprende é que precisamos ir nos habituando a cada novo comprimento, acertando a mão na hora de moldá-la e - vou confessar - isso cansa hein?! quem tem uma dessas na cabeça sabe como é.
depois de muito relutar, finalmente admiti que, de fato, ter franja dá trabalho e, agora que já experimentei uma vez, tudo certo, tudo ótimo, mas vamos deixá-la crescer.
em um belo dia, ela já mais compridinha e um pouco menos ardilosa, brincando em frente ao espelho despretensiosamente joguei-a para o outro lado. sim, o lado oposto que eu costumava usar. simples assim, da direita para a esquerda, e eu vi, numa jogada de franja, tudo mudar. ela não ficou mais rebelde, se assentou como se dissesse "agora sim, estou no meu lugar." tudo isso porque eu tenho uma espécie de redemoinho ou-sei-lá-como-chama-isso bem na raiz do meu cabelo, que não permitia que a franja se ajeitasse de jeito nenhum para o lado que eu insistia em usar, porque achava que aquele era o lado certo. e quando me permiti tentar algo que fugia ao que imaginava que fosse o melhor, uma outra perspectiva se abriu.

foi assim com a franja, é assim com a vida.
às vezes, o lado oposto é que é o certo.

'Who's to say I can't do everything
Well I can try
And as I roll along I begin to find
Things aren't always just what they seem.
I want to turn the whole thing upside down.'
(Jack Johnson)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

never too late to start it again




ultimamente tem sido assim: tenho lido muito por aqui e por ali. tenho visto muita coisa bacana, que inspira, e outras nem tanto. e fui fazendo uma coleção de frases que dizem muito, falando pouco. fui (re)criando meu relicário. e me reinventando também. mais uma vez.
fazer isso - de se reinventar - é bem mais difícil do que poético. eu diria que é doloroso até. porque, para criar uma nova face de si mesmo, é preciso se desfazer de outras. deixar algumas coisas pra trás, abandonar velhos hábitos, superar medos conhecidos.
e foi assim que encarei umas das maiores mudanças que já vivi: como uma oportunidade de me recriar.
aos olhos dos outros, tudo parece mais fácil e mais bonito do que realmente é. então vou abrir meu coração e confessar que escolher trocar de cidade e de estado (de novo) foi difícil. porque sair da zona de conforto é sempre muito, muito difícil. é dizer adeus à ilusão de segurança que achamos que nos pertence. você pode até não estar trabalhando naquilo que você acha que nasceu para fazer, mas você tem seu espaço conquistado, tem histórico, tem ganhos, e não chegou onde chegou por acaso do destino, mas sim por mérito e esforço seu. e aí chega aquele dia em que não se sente mais desafiado, e precisa começar de novo, em algum lugar onde ainda não conheçam você, ou o que você faz, ou mais ainda, o que você é capaz de fazer. nem nós mesmos sabemos do que somos capazes, até que resolvemos correr o risco de tentar.
eu vou repetir:
a gente nunca sabe do que é capaz de fazer, até que vai lá e faz. e eu me orgulho de poder dizer que fiz escolhas por amor. por alguém e por mim. por acreditar que eu podia ir mais além, e que portas não se fecham para quem tem coragem de abri-las a qualquer momento.
e aí eu parti para o novo, para o desconhecido, cheia de vontade de escrever uma nova história de mim mesma. e iniciar empreitadas por caminhos que nunca pisei, por experiências que ainda não tive e com pessoas que ainda nem conheci. mas vou seguir em frente, porque eu realmente acredito que never too late to start it again.

e do relicário que reuni nesse tempo de reconstrução (ainda em andamento), compartilho duas frases que traduzem como me sinto hoje:

"may your choices reflect your hopes, not your fears." (Nelson Mandela)
"you are never too old to set another goal or to dream another dream." (C.S. Lewis)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

17 de julho



17 de julho. poderia ser uma outra data qualquer, mas não é. ela une em si duas grandes conquistas pra mim, que fizeram com que esse dia se tornasse inesquecível. 4 anos de formada. 4 anos da fantástica noite em que me tornei publicitária, em meio a tantos rostos felizes e orgulhosos, que comemoravam junto comigo. e o destino traça sua trajetória tão magicamente que, exatos 2 anos depois, me trouxe para São Paulo. para uma nova experiência, para uma vida nova. o sentimento de hoje é de paz. com a certeza de que, passo a passo, estou construindo meu caminho. sem atalhos, mas com a convicção e força daqueles que acreditam que o universo conspira para quem aponta pra fé e rema, sem medo. um brinde ao 17 de julho e às felizes coincidências (ou não) da vida.